18 de outubro de 2023

Entenda mais sobre neurodivergência e o Programa Laços de Cuidado

O Programa Laços de Cuidado foi lançado oficialmente em Setembro pela Camed Saúde, para acolher famílias neuroatípicos, dispondo de profissionais especializados para darem suporte, tirarem dúvidas, acompanharem o tratamento.

Para ampliar nossos conhecimentos sobre neurodivergência e e compreender como funciona o Programa da Camed, entrevistamos a psicóloga Nicole Bastos, profissional especializada que atende as famílias.

CAMED – Nicole, conta um pouco sobre sua vivência na Psicologia e nessa especialidade do neurodesenvolvimento?

NICOLE – Meu nome é Nicole Bastos, sou psicóloga, sou formada há 20 anos. E minha vivência na psicologia, ela é bem curiosa. Porque eu comecei na área organizacional, trabalhando em empresas e a partir de uma vivência pessoal, acabei migrando para a área do desenvolvimento atípico, porque eu também sou uma mãe atípica.

Meu filho tem transtorno do espectro autista, então isso me fez buscar informações e gradativamente fui me envolvendo mais nesse universo, acabei me identificando bastante e passei a atuar diretamente nessa área. Eu trabalho na área do dos transtornos do desenvolvimento há 8 anos. Tenho também Pós-Graduação em Transtornos do Neurodesenvolvimento.

CAMED – Como podemos diferenciar o conceito de neurodiversidade e de neurodivergência?

NICOLE – Neurodiversidade seria basicamente toda a diversidade neurológica, certo? É como o conceito da biodiversidade. Então, assim, engloba todo o mundo, sou eu, é você, é quem tem algum atraso no desenvolvimento, quem não tem. Então são todas as pessoas. É diferente de neurodivergente, já abrange as pessoas que têm um funcionamento neurológico que diverge da maioria.

Então muitas pessoas confundem esses dois conceitos com neurodivergente. Pessoas que têm um funcionamento neurológico que diverge da maioria. É o caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

E no caso da neurodiversidade abrange todos nós, pessoas com desenvolvimento neurológico típico, atípico. Então não existe essa diferença, certo? E o TEA é um dos transtornos que estaria aí dentro do da neurodivergência

CAMED – E o Programa Laços de Cuidado ele surge com que intuito?

NICOLE – Para cuidar, dar suporte a essas pessoas, essas famílias neuroatípicas, pessoas que têm esse funcionamento neurológico particular, diferente da maioria. Que requerem, assim, um cuidado especial, um olhar diferente. Então o programa foi criado pensando em oferecer esse acolhimento, esse suporte às famílias que enfrentam, precisam lidar com um diagnóstico tão desafiador no caso do TEA, do TDAH. Porque eles têm um diagnóstico e precisam lidar com uma condição que não tem cura. Nenhum transtorno do neurodesenvolvimento tem cura. As pessoas nascem e vivem até o final da vida com essa condição, então o que existe é tratamento, é suporte para melhorar a qualidade de vida.

A Camed, quando pensou no Programa, pensou realmente em abrir um espaço que fosse muito além do que apenas direcionar para a rede credenciada. Queriam realmente um espaço de cuidado para essa famílias. Buscando esse conforto, esse acolhimento. E ajudar a passar por esse momento de forma mais leve, recebendo orientações das profissionais, facilitando o acesso às terapias sem uma longa espera. Às vezes, a rede credenciada não tem uma vaga imediata para criança, então o que é que a gente pode fazer para auxiliar, para que ele não espere tanto?

CAMED – A Camed acompanha esse processo?

NICOLE – Isso. A ideia não é fazer um único atendimento, né? A gente quer que essa família espontaneamente nos procure para contar como essa criança está, que novas demandas ela apresenta: “Acabei de levar ao médico, ele passou novas terapias, ele melhorou nisso, mas piorou nisso. Ele está precisando de suporte aqui.”

Então o que é que a gente pode fazer? Se não tem na rede credenciada, vamos atrás, a gente já sinaliza a outro setor para ajudar. “Olha aquela cidade não tem profissional com essa qualificação. Que tal a gente buscar?”

Então tem esse movimento mesmo e além disso também a ação de tirar dúvidas. O diagnóstico de autismo causa medo na grande maioria das famílias. Cada autista é único, você vai ouvir muito isso.

 

CAMED – As famílias podem ligar para o telefone para falar com você e com a Assistente social e são acompanhadas por vocês? Quais dúvidas vocês têm recebido das famílias?

NICOLE – No caso do atendimento da psicologia a dúvida é muito em relação ao manejo do comportamento. Às vezes perguntam “Nicole, meu filho se comporta dessa forma nessa situação. Eu estou fazendo dessa forma. Está certo ou está errado?” Então eles buscam a psicologia muito nesse sentido.

Acredito que a Rebeca, nossa Assistente Social,  já seriam questões mais relacionadas à terapia mesmo, ao acesso, se tem direito ou não. Essas dúvidas mais práticas.

O maior benefício é a Camed se tornar parte dessa rede de apoio que essa família precisa. Ela precisa de familiares, da escola, dos profissionais que atendem… mas você ter um plano de saúde ao qual possa recorrer também, para receber uma orientação, isso torna a caminhada mais leve.

As famílias podem ligar para (85) 3533-4833, de 8h às 17h. E enviar e-mail para lacosdecuidado@camed.com.br

 


Nicole Bastos é Psicóloga (CRP/1102480) do Programa Laços de Cuidado da Camed Saúde, especialista em Análise do Comportamento Aplicada ao TEA


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